Você conhece a Farinha de Copioba?
A farinha de copioba é um tipo de
farinha de mandioca artesanal caracterizada pela crocância e coloração
amarelada, produzida tradicionalmente no Vale do Copioba, região do Recôncavo
Baiano – Bahia.
Desde
o início do século XIX, a região do Recôncavo Baiano é importante produtora de
farinha de mandioca. Assim, o município de Nazaré ficou conhecido como
"Nazaré das Farinhas", devido à qualidade de sua farinha e a ser o
local de escoamento desse produto, em função do porto e ferrovia que existiam
na cidade. O Rio Jaguaripe é o que melhor demarca a localidade denominada como
Copioba. Dessa região, que está delimitada pela margem esquerda do Rio, fazem
parte atualmente os municípios de Nazaré, Muniz Ferreira, São Felipe e
Maragogipe.
A
farinha de copioba possui paladar diferenciado devido ao tratamento especial na
preparação. Essa farinha é muito fina, bem torrada e sem qualquer acidez, o que
é resultado, entre outros fatores, da rapidez com que é produzida.
A
fabricação da farinha é realizada por famílias nas chamadas “casas de farinha”,
predominando a pouca mecanização no processo e a preservação das
características das farinhas de cada casa. A produção é bastante peculiar, a
mandioca utilizada deve ter cerca de um ano e meio de plantada. Após a seleção
dessas raízes, elas são descascadas e raladas pelas mulheres e depois seguem
para a prensa. Todo esse processo deve ser realizado no mesmo dia, para que a
massa produzida não fermente e tenha as características desejadas.
No
dia seguinte é feita a torra em fornos de cerâmicas. Durante a torrefação, a
farinha deve ser mexida o tempo todo. Após a torra, a farinha é peneirada,
sendo esta a última fase da produção. Devido a rápida torrefação e a seleção
especial das raízes, o resultado é uma farinha praticamente sem umidade (apenas
2%), ou seja, muito crocante, bastante fina e sem nenhuma acidez.
O
modo de produção da farinha de copioba é passado de geração em geração, sendo
bastante comum encontrar famílias no recôncavo baiano conhecidas pela histórica
atuação no mercado da copioba. A cor é uma das primeiras características
sensoriais da farinha. Na região são utilizadas variedades de mandioca bravas e
mansas de polpa branca. Entretanto, a etapa de torração artesanal promove uma
alteração na cor do produto, tornando-o levemente amarelado.
A
farinha de copioba vem sendo ameaçada por falsificações, pois possui maior
valor agregado que a farinha de mandioca tradicional. Assim, determinados
produtores aplicam corantes naturais (cúrcuma e urucum) e artificial
(tartrazina), em farinhas normais e as vendem como de copioba; este último é
proibido pela legislação. Ademais, a vazão de famílias em busca de melhores
condições de vida e trabalho para os grandes centros urbanos vem colocando em
risco a preservação do modo de fazer a farinha.
Faz-se
necessário fortalecer a cadeia produtiva da farinha de copioba, já que esta
envolve centenas de famílias de baixa renda que dependem da produção para a
sobrevivência. Dessa forma, sua inserção na Arca do Gosto tem por consequência
não apenas preservar um produto tão importante para o povo do Recôncavo Baiano,
mas assegurar a sobrevivência de grande parte deles.
Além
da famosa farofa, a farinha de copioba pode ser utilizada na elaboração de
deliciosos pratos como filé empanado (substituindo a farinha de trigo/rosca),
pirões em geral, pães (em complemento a farinha de trigo). Evidentemente que,
para um bom nordestino, pode acompanhar qualquer prato.
Se você quer encontrar ingredientes para esta receita e muito mais, acesse www.reidonordeste.com.br e confira.
Oferecemos também preços especiais no atacado para Lojistas e Distribuidores.
Texto extraído de: https://www.slowfoodbrasil.com/arca-do-gosto/produtos-do-brasil/1106-farinha-de-copioba
Comentários
Postar um comentário